Azaka, também chamado de Zaka ou Kouzen Zaka, é a Loa da agricultura, da terra, do trabalho. Ele é representado como um homem do interior, "caipira" no bom sentido, que não se sente à vontade perto de "gente da cidade grande". Representando o "arquétipo" bem rural, ele tende a ser o fofoqueiro do panteão, sempre desconfiado de que alguém possa estar enganando ou roubando ele. Esse jeito simplório de Azaka pode fazer as pessoas que não o conhecem subestimar seu poder e importância dentro do panteão. Até mesmo nosso distanciamento da vida rural, em meio à natureza, nos faz esquecer da importância dos deuses da agricultura, o que inclui Azaka. Mas, todos os legumes, verduras e frutas que compramos no supermercado ou nas feiras livres vem do reino de Azaka, carregam a energia de Azaka.
Azaka é um conhecedor de tudo o que a terra pode nos oferecer, e por isso ele está também ligado às ervas, conhecendo o uso terapêutico de cada uma, levando todas elas consigo, dentro de seu Djakout (saco de palha). É muito difícil conquistar a confiança de Azaka, ele está sempre desconfiado. Quando vamos fazer alguma comida para oferecer à Azaka, não podemos experimentar em hipótese alguma, nem mesmo durante o preparo, pois ele vai achar que estamos tentando lhe roubar a oferenda. Quando vamos servir a oferenda a ele, esteja ou não incorporado, não podemos lhe oferecer com nenhum tipo de talher, pois ele vai se sentir intimidado por não saber usar "essas frescuras urbanas". O ideal é lhe servir apenas o prato de oferenda, e ele comerá com as mãos. Mas isso é muito mais um símbolo de humildade do que de fato não saber usar devidamente um talher.
Como já dito anteriormente, e como é típico de pessoas do interior, Azaka é conhecido por ser um fofoqueiro bastante indiscreto, podendo colocar as pessoas em maus lençóis quando ele se manifesta. Mas como Azaka é bastante tímido, ele realmente precisará estar se sentindo muito à vontade para ele começar a "contar as notícias". Quando ele se solta, se mostra como um espírito muito animado, conversador, cheio de conselhos que devem ser levados muito à sério. Um Djakout (saco de palha) costuma ficar ao lado de seu altar, dentro do qual colocamos algum dinheiro (Azaka ama dinheiro, assim como também ama suas coisas). O Voduísta pode lhe pedir permissão e usar o dinheiro do djakout, mas tem como compromisso devolver o quanto antes, mas precisa devolver o dobro ou até o triplo do que pegou, ou enfrentará as consequências de Azaka. Apesar de risonho, barulhento e divertido, quando ele precisa conversar sério, ele se mostra um espírito a ser respeitado e, em algumas situações, até temido. suas origens são complexas, sendo originalmente Azaka uma família de espíritos, e não uma só entidade como popularmente o chamamos. Podemos traçar suas raízes da África até os povos Taínos, tudo reinterpretado na visão rural do haitiano do interior, que ainda hoje vive exclusivamente da terra.
Louvamos Azaka com as cores azul, vermelho, branco e verde, suas oferendas costumam ser bastante fartas, ele ama cachimbo, fumo, bengala, chapéu, café amargo e também doce, frutas (o chuchu é um fruto sagrado à ele), legumes, verduras. Usar pratos e canecas de ferro agate ou até cuias de cabaça, sem nenhum talher, é o recomendado.
No Vodu Tradicional (Sincrético), Azaka está ligado à São Isidoro.